A Toscana é a maior região da Itália e possui paisagens de tirar o fôlego, formadas principalmente por estradas cercadas de ciprestes, vinícolas, restaurantes familiares e campos de girassóis em contraste com vilarejos medievais. Rica em história, cultura e arte, foi o berço do renascimento italiano, bem como de Leonardo da Vinci, Michelangelo e Botticelli. Veja o que conhecer em Florença, Pisa e Siena, minhas cidades preferidas na Toscana.
Informações Úteis
Documentação: A Itália é mais um país que faz parte do Tratado de Schengen, logo brasileiros não precisam de visto em viagens de turismo, apenas de um passaporte válido. Não se esqueça do seguro viagem, é obrigatório.
Moeda oficial: euro.
Idioma: Apesar de existirem várias dialetos, o italiano é a língua oficial.
Tomada: Em uma viagem ao país, não esqueça de levar um adaptador universal, embora as tomadas de três pinos alinhados ( tipo L) aceite os plugues de dois pinos. A voltagem do país é 230V.
Melhor época para viajar para a toscana
Se você quer conhecer a Toscana dos filmes, com estradas floridas contrastando com as vilas medievais, precisa visitá-la entre abril e setembro. Na primavera e no verão, os dias são mais ensolarados e longos na Toscana. Contudo, julho e agosto são os meses mais quentes, com variação térmica que chegam a 30°C. Além disso, o verão corresponde à alta temporada europeia e as cidades poderão estar bem cheias e com valores elevados.
Mas se você é fã do frio e gosta de esportes de neve, te conto que a região tem importantes pistas de esqui (Abetone, Monte Amiata e Lunigiana). Apesar disso, no inverno raramente neva em Florença ou Siena, onde a temperatura pode chegar a 2°C em janeiro.
Imperdível na Toscana
Florença
Capital da Toscana, Florença (Firenze em italiano) foi fundada em 59 a.C. e é considerada não só a cidade mais bonita da Itália, como também o berço do Renascimento. Grande centro comercial da Idade Média, Florença foi capital da Itália de 1865 a 1871. A cidade, que é berço de Dante Alighieri (autor da Divina Comédia) abriga 30% dos tesouros artísticos da humanidade, de acordo com a Unesco.
Florença é linda e recomendo passar pelos menos dois dias por aqui!
O que fazer e em Florença além de se apaixonar por essa cidade incrível
Duomo de Florença
Complexo arquitetônico, projetado pelo arquiteto Arnolfo di Cambio e construído entre 1296 e 1368. Inclui a Catedral de Santa Maria del Fiore, a Cúpula de Brunelleschi, Museu dell’Opera – onde está uma das quatro Pietà de Michelangelo- , o Campanário de Giotto e o antigo Batistério. A Duomo é símbolo da arte gótica da renascença italiana. Apesar da entrada na Catedral ser gratuita, o bilhete para visitar todas as atrações do complexo custa €15 e é válido por 48h.
Gallerie dell’Accademia
Museu desde 1873, a Gallerie dell’Accademia foi construída no edifício da primeira academia de arte da Europa. Entre as principais obras de arte dos italianos Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio, Pontormo, Andrea del Sarto, entre outros, está o Davi de Michelangelo. Os ingressos adultos custam €12, no entanto a meia entrada para estudantes, professores e entrada gratuita para crianças e jornalistas.
Galleria degli Uffizi
Fundada pelos Médicis em 1581, a Galleria degli Uffizi, é um dos museus mais importantes do mundo. Com o maior acervo do Renascimento, com salas dedicadas às obras Leonardo da Vinci, Rafael e Botticelli (como o O Nascimento de Vênus), por exemplo, o museu também exibe obras do século XII ao século XVIII. O ingresso custa €20 e dá acesso ao Museu Arqueológico Nacional e o Museu do Opificio delle Pietre Dure.
Basilica di Santa Croce
A maior igreja franciscana do mundo e o autêntico panteão da cidade, a Igreja di Santa Croce começou a ser construída em 1294. Esculturas e pinturas de Giotto, Donatello e Brunelleschi adornam suas paredes. Além disso, a basílica abriga quase 300 tumbas, inclusive Michelangelo, Galileu e Maquiavel. Aberta das 09h30 às 17h, a entrada custa €8.
Ponte Vecchio
Construída em 1345, essa é a ponte de pedra mais antiga da Europa. Durante os séculos XV e XVI, as casas suspensas eram ocupadas por açougueiros, sendo ocupada posteriormente por joalheiros e ourives. Hoje o local, que foi poupado pelas tropas alemãs na Segunda Guerra Mundial. Atualmente a Ponte Vecchio é cheia de lojas.
Jardins Boboli
Aberto ao público em 1766, esses jardins são uma das poucas áreas verdes da cidade. Com 45 mil metros quadrados, os Jardins começaram assim que a família Médici comprou o Palácio Pitti, onde eles estão instalados. Durante o passeio pelos Jardins Boboli você verá o antigo anfiteatro, fontes, grutas, estátuas de mármore e um pequeno lago. A entrada custa €6 no outono e inverno e €10 na primavera e verão.
Pisa
Famosa pela torre que leva seu nome, Pisa, a 80km de Florença, foi uma importante cidade portuária da Toscana e hoje é um grande centro industrial. A melhor forma de conhecer a cidade, localizada na costa ocidental da Itália, é a pé, parando para apreciar as ruazinhas cheias de monumentos em estilo românico pisano, como o Duomo e o Batistério. Pisa é a cidade natal do físico e astrônomo Galileo Galilei.
Eu passei apenas um dia aqui, e foi suficiente conheci o principal da cidade. Mas é lógico que se tiver mais dias é sempre bom ficar um pouco mais. Pisa é uma cidade tranquila e charmosa.
Torre di Pisa
A atração mais famosa da cidade começou a ser construída em 1173, em mármore branco e granito, e é um campanário (torre que abriga sinos) da catedral da cidade. Logo após iniciada, começou a ficar inclinada, principalmente por conta de uma fundação mal feita e do solo arenoso. O lado mais alto da Torre di Pisa tem 56,70m de altura. Subir seus 215 degraus em espiral e apreciar a vista de lá de cima custa €18. Ela está localizada na Piazza dei Miracoli
Catedral de Pisa
A igreja localizada ao lado da Torre di Pisa é dedicada à Virgem Maria e sede da Arquidiocese de Pisa. Construída entre 1064 e 1118 pelo arquiteto Buscheto é o principal edifício religioso em estilo românico pisano. A Catedral, a Torre e o Batistério formam um complexo arquitetônico da Piazza dei Miracoli, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. A entrada na Catedral é gratuita.
Batistério de Pisa
Construído em 1152 em homenagem a São João Batista, o Batistério da cidade é a maior construção do gênero em toda a Itália, com uma cúpula de 55 m de altura e 108 m de circunferência. Ele foi feito em uma mistura de estilo românico e gótico, e seu interior é repleto de estátuas e colunas. A entrada ao Batistério custa €5, mas se quiser visitar o Camposanto ou a Opera del Duomo Museum dá para comprar o ingresso para dois monumentos por €7, ou para três por €8
Igreja Santa Maria della Spina
Construída às margens do rio Arno no século XI, a pequena Igreja em estilo gótico guardava desde 1333 uma das mais importantes relíquias da igreja católica: um dos espinhos da coroa de Jesus. No entanto, por questões de segurança, o objeto foi transferido para a Igreja de Santa Chiara também na cidade. A entrada em seu interior custa 2. Aproveite para passear ao longo do rio até a ponte di Mezzo.
Palazzo della Carovana
Este palácio construído entre 1562 e 1564 por Giorgio Vasari, foi por anos a sede da Ordem dos Cavaleiros de Santo Estevão. Desde 1864 abriga a Escola Superior Normal de Pisa. O Palazzo é decorado com brasões dos Médicis e dos Cavalieri. Além disso há uma galeria de bustos dos Grão-duques da família Médicis.
Siena
Construída em cima de uma colina, Siena é uma cidade medieval rodeada pela paisagem bucólica característica da Toscana. Ela é rica em arte, arquitetura e cultura, tendo assim seu Centro Histórico – com muralhas e prédios da cor laranja – tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. De acordo com mitologia romana, Siena foi fundada por Sénio e Aschio, filhos de Remo. Entre os séculos XIII e XV, disputou com Florença o posto de cidade mais importante da região.
Eu passei um dia por Siena, mas eu me apaixonei pela cidade e sonho voltar para ficar um pouquinho mais por lá. É pequena, porém muito charmosa! Em um dia é possível conhecer seus principais pontos e ainda ter tempo de relaxar em um restaurante gostoso.
Duomo de Siena
A Catedral de Santa Maria Assunta – a mais linda que eu já vi na vida! – foi construída entre 1215 e 1263, e é um dos principais exemplos de arquitetura românica-gótica da região. Tanto seu exterior como o interior são feitos de mármore verde de Prato (que de longe parece preto) e branco Carrara. No seu interior, cujo pavimento é formado por 56 mosaicos com cenas da Revelação através das Escrituras, estão obras de Michelangelo e Donatello. A entrada para a catedral e Libreria Piccolomini custa € 4,00.
Piazza del Campo
Acompanhando o declive do local e dividida em nove partes iguais, essa é a principal praça da cidade. Construída no antigo fórum romano, nela ocorriam os espetáculos, jogos e torneios de Siena, bem como a famosa corrida de cavalos, o Palio. Atualmente o evento, que é gratuito, é realizado duas vezes ao ano, em julho e agosto.
Pallazo Pubblico
É um edifício, na Piazza del Campo, onde atualmente funciona a câmara municipal, construído entre 1297 e 1310 em estilo gótico para ser a sede do Governo dos Nove. O conjunto é formado ainda pelo Museu Civico, com salas decoradas com afrescos medievais, e pela Torre del Mangia (do sino), com 102m de altura e a melhor vista da cidade!
Capela de Santa Catarina de Siena
Catarina Benincasa nasceu em Siena no dia 25 de março de 1347 e dedicou sua vida a curar os doentes e os pobres. A capela da Santa, padroeira de Siena e da Itália, foi construída após sua beatificação em 1461 dentro da Basílica de San Domenico. Esta, por sua vez, foi construída no século XIII em estilo gótico. Na capela está a cabeça da Santa. A entrada é gratuita.
Pinacoteca Nazionale
É um museu que retrata a história da arte em Siena, inaugurado em 1932 nos Palácios de Buonsignori e Brigidi. Seu acervo pré-renascentista e renascentistas reúne a mais importante coleção de pinturas em madeira dos séculos XIV e XV de Siena. A Entrada custa €8 e a meia €2.
Onde se Hospedar
Florença
O Centro Histórico é um ótimo lugar para se hospedar se você deseja conhecer a cidade a pé, afinal as principais atrações turísticas estão ali, além de variedade de restaurantes, lojas e bares. Ademais, tem muita boa oferta de hotéis e lugares pelo AirBnb. No entanto, é uma região muito movimentada e cheia de turista.
Embora seja perto de Centro Histórico, Oltrarno está à esquerda do Rio Arno, próximo à lojas de artesanato de Florença e é um bairro menos conhecido dos turistas. Há uma variedade de praças, restaurantes, igrejas e lojas, além disso, fica perto do Palácio Pitti.
Já Campo di Marte é uma região mais residencial e, por isso, mais econômica. Apesar de ser distante do Centro Histórico, é ligada ao mesmo por transporte público. Além disso, Campo di Marte tem sua própria estação ferroviária, de onde partem trens regionais e de alta velocidade.
Pisa
Quem gosta de ficar próximo das atrações ou tem apenas uma noite na cidade, o Centro Histórico é a melhor opção. Com uma boa variedade de hotéis e restaurantes, além de fácil acesso aos outros bairros de pisa. No entanto, assim como em outras cidade, é uma região mais agitada.
Já a região de Pisa Centrale, que compreende a estação de mesmo nome, é indicada para quem está viajando pela Toscana de trem. Tem opções de hospedagem mais em conta. No entanto, ficará um pouco mais distante das principais atrações de Pisa.
Outra sugestão para quem vai viajar de trem ou quer hospedagens mais econômicas é ficar na região da Estação S. Rossore, que é mais residencial. A desvantagem é que não tem muitas atrações a noite.
Siena
Como Siena é uma cidade pequena, você pode se hospedar dentro da muralha, que compreende o Centro Histórico, ou fora da muralha. A vantagem de ficar no Centro é poder estar próximo aos atrativos e de lojas e restaurantes, apesar da vida noturna não ser agitada. Por outro lado, o preço dos hotéis nessa região são mais altos.
Se hospedando fora da muralha você ainda estará perto do Centro (os lugares mais afastados ficam a cerca de 2km), com a vantagem de encontrar ótimos hotéis a preços mais em conta, além de tranquilidade.
Viajar pela Toscana de carro ou trem?
O sistema ferroviário na Itália é bom e há trens internacionais direto de Amsterdam e Paris, por exemplo, para Florença. Além disso viajar pela Toscana de trem é bem barato, de Florença a Pisa (85km) ou de Florença a Siena (70km), ambas passagem custam €9.
Contudo, a viagem pode ser demorada e restrita às grandes cidades da região, como Florença, Pisa, Lucca, Arezzo e Siena. É um tipo de transporte mais indicado para quem viaja sozinho.
De carro, você pode aproveitar melhor sua viagem pela Toscana, tendo liberdade de parar em uma vila ou vinhedo pelo caminho. Você pode ir de Florença a Pisa, aproveitando para conhecer Luca ou Montecatini, e de Pisa a Siena, parando na vila murada de Monteriggioni no alto duma colina.
O litro do combustível na Itália custa em média €1,60 e tanto as auto-estradas (velocidade média de 100 km) como as secundárias (velocidade média de 50 km) são boas, mas na primeira há cobrança de pedágio (calcule valor aqui aqui).
Contudo, estacionar pode ser complicado, principalmente nos centros da cidades medievais, onde há poucas vagas e a maioria reservadas para os moradores.
Os estacionamentos pagos estão nos arredores dos centros e são sinalizados por faixas: azuis (visitantes), brancas (moradores) e amarelas (deficientes, táxi e ônibus). O bilhete, de acordo com o tempo de permanência, pode ser adquirido em máquinas e precisa ficar a mostra dentro do veículo. O estacionamento é gratuito na maioria das cidades da Toscana aos domingos
Aproveite as informações deste post para começar a planejar sua viagem por essa incrível e apaixonante região da Itália.